rastros dos que aqui estiveram...

Quem sou eu

Minha foto
Eu sou uma pessoa que insiste em coisas que já deviam ter findado, Tenho um limite muito largo e um pavio infinitamente curto.

Com quem colar os cacos...

Filmes pra bulir com a alma...

  • NÓS QUE AQUI ESTAMOS POR VÓS ESPERAMOS
  • DANÇANDO NO ESCURO
  • SR. DAS MOSCAS
  • ESTAMIRA

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Eu, modo de usar

Pode invadir
Ou chegar com delicadeza,
Mas não tão devagar que me faça dormir.
Não grite comigo, tenho péssimo hábito de revidar...
Toque muito em mim
Principalmente nos cabelos
E minta sobre minha nocauteante beleza.
Tenha vida própria,
Me faça sentir saudades,
Conte algumas coisas que me façam rir...
Viaje antes de me conhecer,
Sofra antes de mim para reconhecer-me...
Acredite nas verdades que digo
E também nas mentiras,elas serão raras
e sempre por uma boa causa.
Respeite meu choro,
Me deixe sozinha,
Só volte quando eu chamar e,
Não me obedeça sempre
Que eu também gosto de ser contrariada.
Então fique comigo quando eu chorar, combinado???
Me conte seus segredos...
Me faça massagem nas costas.
Não fume,
Beba,
Chore,
Eleja algumas contravenções.
Me rapte!
E se nada disso funcionar...
Experimente me amar!!!
Martha Medeiros

Ganhei de Mauro, e estou dividindo com vocês.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

SEJAM BEM VINDOS!!! Sintam-se á vontade, como se estivéssemos conversando, olho no olho.
Conversar me salva da solidão, escrever me salva do tédio.
Imagino que sempre tem alguém que irá ler, mesmo que seja eu, em outro dia. É bom ter escrito e noutro momento me ver , de longe , me faz pensar sobre as coisas de outra forma.

http://http://www.dancingsantacard.com/?santa=2776280

Esse é pra rir... Era tudo que faltava no Natal !!!! Dança muito dança...

para rir muito....

Adoro rir de besteira, dessas bem besta mesmo !!!!!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Desejos...




Pois então, vamos imaginar :


estamos todos num lugar claro, com comida gostosa e farta, temos tempo,não estamos com pressa ou correndo pra outro lugar, as pessoas que amamos estão por ali, tranquilas, conseguimos fazer tudo que tinhámos que fazer durante o dia, não há ansiedade entre nós.Vestimos roupas confortáveis , limpas, roupas que realmente gostamos. e vamos brindar , cada um de nós tem um desejo pendurado em taças coloridas de vidro.


Saúde! Paixão! Amizade! Vitalidade! Satisfação! Felicidade! Prosperidade! Sucesso! Realização! Sorte!


Tranquilidade! Fartura! Carinho! Paz! Afeto! Energia!


Alegria! Amor!


Brindamos muito, desejamos muito, unidos por um desejo coletivo de bem-estar .


Depois conversamos com calma, com alegria.Alguns se abraçam demoradamente, há tempo para parar e olhar nos olhos uns dos outros, há tempo pra chorar se quizer.


Ia esquecendo : é uma noite clara ,sopra um vento suave , não faz calor, não há muito barulho, há plantas, flores entre nós. E toca uma música ao fundo dessas que todos gostam de ouvir, imagine uma música que te toca o coração,pode ser essa que toca...


Repito: temos tempo...


Não há porque correr. Fomos escolhidos uns pelos outros , queremos estar juntos, não é uma mera convenção que nos une. Outros elos foram criados : Sonhos, amizade, afeto, lembranças, amor, amizade, respeito, carinho.


É esse Natal que quero pra mim.É esse Natal que desejo á todos.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Li na lateral de uma Ambulância :

"SUPORTE BÁSICO PARA A VIDA"

e desde então me pergunto: O que seria um suporte básico para a vida. Claro que a razão me sussurou - É referente a risco de morte, á saude...
Mas, a pergunta não me sai da cabeça....
Qual o meu suporte básico para a vida ???????

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

"A PORTA É QUEM SE ABRE, E NÃO A PESSOA QUE ENTRA..."
E eu estou a onde diante da porta ???????????
"É PRECISO TER O CAOS DENTRO DE SI PARA DAR A LUZ A UMA ESTRELA DANÇANTE..."

domingo, 22 de novembro de 2009


Nossa!!! ganhei de presente do Tom. Lembro muito de mim assim, sentada , trancinhas de lado, lendo algo e o mundo inteiro passando ao lado, e eu dentro do meu mundo imaginário, e a caderinha minha confidente,minha companheira.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Lambe-me os Pés com teus Olhos...
Meus pés despedaçados
meus pés que seguem e secam areias e espinhos
meus pés que seguem perdidos nos teus passos
meus pés que calçam as pegadas que deixaste no chão
meus pés que lavei na chuva do céu dos teus olhos
meus pés que afundam nas mentiras dos teus olhos
meus pés que eu não sei por onde andam ou onde param.
Lambe-me os Pés com teus Olhos...
Meus pés despedaçados
meus pés que seguem e secam areias e espinhos
meus pés que seguem perdidos nos teus passos
meus pés que calçam as pegadas que deixaste no chão
meus pés que lavei na chuva do céu dos teus olhos
meus pés que afundam nas mentiras dos teus olhos
meus pés que eu não sei por onde andam
por ande param....!!!!

Também ganhei de presente e adorei.!!!!!


Ganhei de Aniversário....Adorei!!!! Quando eu era criança me perdia andando atrás de borboletas.E imaginava exatamente isso : que elas dançavam e a música era o vento...

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Escrever, dividir palavras, impressões, muitas vezes confusas,profusas. Existe uma dificuldade de expressão, de forma, de dicernimento. Há um espaço dificil de ser preenchido -entre o pensamento -a palavra escrita - e a palavra falada.Muitas escolhas a serem feitas, falta de hábito, um certo pudor , parace que escrever é um ato mais duro,mais coletivo, mais passível de cobranças. Sei lá...












sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Não questione meus atos, eles são intransferíveis.
Não rebata meuis gritos, não gosto de eco.
Não partilhe a intimidade que lhe é dada, não a desmereça.

Só preste atenção ao fundo da minha janela:
E veja a cor da minha alma.

De Jesuita Barbosa

sábado, 26 de setembro de 2009

Correr,correr, cumprir os horários todos...
Não dizer não estou bem, não reclamar de cansaço, de solidão.
não pensar no futuro,não analisar nenhum presente.
correr, correr, correr...
Não pensar nas contas, só pagar. não pensar em solucionar nem modificar nada - só fazer, fazer , realizar.
Tomar remédio pra dormir, acordar, e correr ,correr.
Não questionar...não ficar insatisfeita...
Não propor mais do que o possivel, aceitar o que vier. não analisar outras possibilidades.
Conforma-se com o possivel, com o apenas realizável.
E sobretudo - não desejar...
Isso é VIVER...
Antigamente eu chamava isso de alienação. Saiu de moda essa palavra, ficou caduca.
E por último - não olhar para os lados, não ouvir, não sonhar.
Proposta para uma vida normal...
Silvia

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Não cobiço nem disputo os teus olhos.
Não estou sequer à espera que me deixes ver através dos teus olhos,
nem sei tampouco se quero ver o que vêem e do modo como vêem os teus olhos.
Nada do que possas ver me levará a ver a pensar contigo
se eu não for capaz de aprender a ver pelos meus olhos e a pensar comigo.
Não me digas como se caminha e por onde é o caminho,
deixa-me simplesmente acompanhar-te quando eu quiser,
se o caminho dos teus passos estiver iluminado pela mais cintilante das estrelas que espreitam as noites e os dias.
Mesmo que tu me percas e eu te perca,
algures na caminhada certamente nos reencontraremos.
Não me expliques como deverei ser,
quando um dia as circunstâncias quiserem que eu me encontre no espaço e no tempo de condições que tu entendes e dominas.

Semeia-te como és e oferece-te simplesmente à colheita de todas as horas.Não me prendas as mãos,não faças delas instrumento dócil de inspirações que ainda não vivi.

Deixa-me arriscar o molde talvez incerto,

deixa-me arriscar o barro talvez impróprio,

na oficina onde ganham forma e paixão todos os sonhos que antecipam o futuro.

E não me obrigues a ler os livros que eu ainda não adivinhei,

nem queiras que eu saiba o que ainda não sou capaz de interrogar.

Protege-me das incursões obrigatórias que sufocam o prazer da descoberta e com o silêncio (intimamente sábio) das tuas palavras e dos teus gestos .

ajuda-me serenamente a ler e a escrever a minha própria vida.

Ademar Ferreira dos Santos.

sábado, 12 de setembro de 2009

Foto de Hélio Creston

Essa imagem me capturou para uma paz, um sossego que sinto necessário, uma espécie de recolhimento para absover ou entender algumas coisas, responder algumas questões que se colocam vez ou outra na minha vida...
A foto é do Passeio Público.Bem á frente pode se ver o mar.
Vocês conseguem se transportar pra lá ?????
Eu estou sentada em um dos bancos, quieta, sopra um vento tranquilo e é final da tarde...
E a vida corre tranquila entre as árvores antigas , como uma criança que nada tem a temer...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

...

Eu vi a palavra comer a almadas pessoas lentamente.
Eu quero entender o que dizem as pessoas com os seus silêncios...
A minha criança brinca de contar estrelas para que eu não esqueça que o céu não é a terra.
Eu desejo tocar com a ponta do dedo no corpo do outro sem esbarrar sem jeito no jeito do outro.
Quero um contato que não seja temporário, seja definitivo.
Eu quero assim porque um passáro me ensinou.
Se tiveres coragem - GRITA.
As coisas são cheias de sim e de não, muitos nãos.
Nós não notamos porque o cerco do esquecimento já fincou suas estacas e fez parecer que os dias são feitos de vento ou espuma...
Todos precisam se decidir entre o caminho do bem ou do mal, para que os bons se reconheçam, para que assim possam construir a paz no mormaço dos dias...
Vocês devem estar pensando : por que sou eu quem diz ????
- Eu respondo -
Porque ouvi isso da boca do mundo, entre os silêncios, entre os gritos. Porque a mim faz falta viver tranquila, sem medo.
A você não ?????

terça-feira, 1 de setembro de 2009


Ganhei hoje e adorei.... Quero ficar assim....Dançar .... Dançar ....
Disso tenho certeza.
Não há o que dizer.
Um soco abafado me golpeia.
de onde vem ?????
de dentro.
Preciso reagir...
Mas , como ??????
Onde começa a desenrolar o fio????

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

"Por que as pessoas escrevem? Já me fiz tantas vezes esta pergunta que hoje posso respondê-la com a maior facilidade. Elas escrevem para criar um mundo no qual possam viver. Nunca consegui viver nos mundos que me foram oferecidos. Tive de criar o meu, como se cria um determinado clima, um país, uma atmosfera onde eu pudesse respirar, dominar e me recriar a cada vez que a vida me destruísse.”
Anaïs Nin

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

todo dia / ter que ter uma nova força /
um estímulo qualquer que seja suficiente pra encarar a realidade /
queria escrever sobre - assalto na porta de casa - duas meninas assaltam várias pessoas e são espancadas-
Mas, o que escrever sobre isso ?????
queria escrever sobre - uma mulher paga alguém para matá-la, de novo - 0 que escrever sobre isso ????????????
queria escrever sobre a minha falta de vontade de começar tudo outra vez, mas, o que escrever sobre isso ????????????
queria escrever como me sinto pra tentar entender o que sinto...
agora- quero voltar pro meu quarto e fazer croché.
Ah!!! ia esquecendo-estou de novo sem computador , e então tenho que sair e enfrentar as ruas pra escrever.
Saco!!!!!!!!!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Pronto.Instalou-se.
Chega como uma nuvem, ou um vento que bate, sei lá...
Se me perguntarem- O que há??? O que "realmente" você sente???Aconteceu algo???
Mas, sei que doi, muito.
Não é tristeza, não é algo palpável. De grave nada aconteceu.
Eu simplesmente não consigo fazer coisas corriqueiras como atender o telefone, ir a algum lugar marcado, uma tarefa boba se torna algo insuportável.
Uma inadequação a existência, uma irritação com algo que não se estabelece.
....
Não há de fato como descrever o que sinto, como vem, como vai, não tenho um dominio concreto sobre isso. Olhar pra frente é ver um buraco escuro.
Uma saudade, uma falta. Mas, de quê?????????????????????
Não há histórias pra contar, fatos ou situações que justifiqem.
Sou eu, é dentro de mim.
Muito dentro.
E grita pelos olhos.
Me perdi de novo dentro de mim e não consigo me encontrar.

domingo, 9 de agosto de 2009

E eu ????
Por aqui, empurro a vida.
Engulo choro, aperto a cabeça do dedo e sigo em frente.
Os pedaços ???
sei lá...
Talvez um dia eu volte e junte pra fazer um caleidoscópio.
E se eu parar???
Esqueça.
Não é permitido parar, nem para chorar os mortos.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A CADEIRINHA E EU Um encontro, uma amizade que se renova , quinze anos de convivência.
Um solo de Silvia Moura
ONDE: PROJETO ABRACADABRA - Theatro José de Alencar
QUANDO :Dia 04 de Agosto ás 18:30h
ENTRADA GRATUITA
Venha e faça parte desse encontro.
Divulgue esta iniciativa.

domingo, 2 de agosto de 2009

"Ir para o conhecido como se desconhecido fosse...
E se deixar surpreender..."
Achei esse num papel, escrito atrás de um esboço de projeto.
memória de um tempo difícil...

"Problemas passeiam pelo casa feito ratos.
Lavo pano de chão as 2h da madrugada, assim como cuspo fogo nas horas de dor.
Estou fraca, e as palavras ficam sem dentes.
Fraca demais para ficar na fossa.
Castelo sem rei, rio sem pedras.
Vai passar . Eu sei.
Outras vezes estive com esse gosto de mofo na boca. E passou.
Mas, enquanto isso- Marco e não cumpro.
Nem penso em sair de casa. Fico vigiando meus fantasmas e cantando baixinho:
vai passar.... vai passar "

Dá medo da volta...Mas, nesse momento, que posso e consigo - canto alto.
Silvia

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Podemos falar sobre o céu em igrejas vazias. No teatro, podemos perguntar se vale a pena morar na casa e se queremos ir pro céu. Onde mais podemos fazer isso ??
Peter Brook
Vasculhar...
Vasculhando achei isso :
"Ficamos lá sentados, confusos, irritados, entediados, e de repente começamos a nos questionar. Por que estamos confusos, por que estamos irritados, por que estamos entediados ???
Porque não recebemos nada de colher, de bandeja. Porque quando não temos ninguém dizendo o que olhar, ou o que fazer, nem preparando nossas atitudes e julgamentos emocionais, demoramos a tomar alguma atitude????
Ser adulto , independente e livre é isso : estar em prontidão para tomar atitude."

Esses dias fui questionada sobre a ARTISTA e a PESSOA.
Que dou mais importância ao meu trabalho que a minha vida !!!!
mas, o que será a vida????
digo- A minha vida ????
Lavar louça , fazer comida , pagar contas , reclamar de coisas erradas, tomar banho, limpara casa , comer, fazer supermercado...
E se de repente eu não fizesse nada disso ???
alguém faria ????
O cotidiano entorpece e se realiza sem que de fato a gente se aperceba que faz parte da vida...
Isso diminui ou aumenta a importância de cada ato ????
É DIFÍCIL VOLTAR A ESCREVER...
NADA PARECE INTERESSANTE PARA COMPARTILHAR...

o Que ????




Sinto cólicas nesse momento...
Tem dois dias que consigo não sair de casa .ADiei tudo.V0ontade de estar entre espaços conhecidos.
Corredores, quartos, banheiros.Cozinha , sala.
Minha bagunça instalada confortávelmente entre um lugar e outro.Tira isso daqui coloca ali...
E a sensação de que nunca vai ficar arrumado.
Não gosto da idéia de jogar minha bagunça no lixo. Pilhas e pilhas de papéis, canetas que não escrevem mais - novinhas.
Você sabe um jeito de fazer caneta nova escrever ?????
Se souber me ensina.
Panfletos velhos para aproveitar , anotações que não significam mais nada...Escritos soltos...
44 anos de juntar coisas, é muita coisa, olho - e me vejo ao longo dos anos. Quase posso me ver através de cada coisa que encontro. Cada livro comprado uma descoberta. Cada caderno, um ano, um novo projeto, um curso, um espetáculo.
Tanta coisa. Poderia ficar perdida olhando e lembrando, por um bom tempo.
Gosto dessas coisas.
Gosto de ler revista velha. Achei uma SELEÇÕES de 69 , foi do meu pai. Bom ler.
Gosto de folhear as revistas sem preocupação de ter que lembrar da informação.Só pra lembrar de como era antes.
Cartões . Adoro cartões postais.
Programas de espetáculos, adoro!!!!
Tenho montes deles.
Tenho poucas cartas escritas, em compensação tenho muitos bilhetes de alunos,tipo lembrança, sabe????
guardo tudo...
Nossa!!!! Fico me perguntando o que vão fazer disso tudo quando eu morrer?????????????
Será que vão jogar tudo fora???????????????
Pra quem posso dar tudo isso????
Não queria que jogassem...
Será que seria bacana deixar como testamento para alguém ????
Quem???????????
quem vai querer as canetas novinhas que não escrevem???
Minhas bonecas ??? meus brinquedos ???
Os restos de maquiagem ??
Minhas anotações ???
Os livros - acho que essses podem ser doados para uma biblioteca. Qual ???
Tenho medo...

terça-feira, 21 de julho de 2009

para não esquecer


Uma praça , uma cidade-Itapipoca, muitas pessoas ,
um Festival de dança,
uma criança na rua - Hélio,
uma bailarina filmando - Nayla ,
e eu com muito medo.
Também teve o brilho nos olhos das pessoas, o carinho.
Um momento para não esquecer, e aquecer a alma em dias de tormenta.
Vale a pena dançar.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Um dia frio.. um bom lugar pra ler um livro.
meu pensamento...
E então...
Sinto uma falta de poder escrever todos os dias, do tranquilo isolamento do meu canto... do cheiro dos meus pertences ao redor, da xicara de café...
preciso de certas intimidades para escrever. Mas, isso vocês já sabem...
O cyber me empobrece.
Porém , nesses dias consegui perceber como o computador reflete minha solidão, uma solidão de pessoas amigas pra conversar sobre qualquer coisa, jogar assunto fora, refletir em voz alta.
O computador é um campo de concentração moderno, todos se conhecem virtualmente, mas , sequer trocam uma palavra quando se encontram.É um espaço de isolamento coletivo, favorece sua proteção individual...
Tempos modernos, amizades modernas, tenho mais de 900 amigos, sabia????? Sou uma pessoa de sorte, mas, onde estão todos eles???????preciso ligar para todos e dizer - Olá??? como vai???? tudo bem?????
Improvável.... de muitos sequer sei o nome de verdade...
Tempos modernos.
Solidão povoada de amigos...
900...
Tempos de estranheza , de inadequação...
Me sinto sendo empurrada para frente, sinto falta de parar, de sentir minhas faltas, de curtir meu tempo, tempo meu, não cronológico...
Não me empurre mais .. Preciso de tempo, tempo para pensar.
Ser inteira custa caro.
Me endividei muito pra ser eu.Não consegui me pagar à vista, me enchi de prestações...
Agora nome sujo... As coisas me cobram juros altos. Coisas mal resolvidas, dificuldades, desistências, todas voltam pra me tirar o sossego tão desejado.
Preciso pagar as contas que fiz comigo mesma - PENDÊNCIAS - DEPENDÊNCIAS...
Desculpem , me perdi, misturei os assuntos, é que não escrevo tem tanto tempo , que as palavras, os asuntos se jogam - suicidas nesse "papel".
Saudade de papel, de caneta colorida. Minhas canetas estão se estragando-Coisas desse tempo.
Canetas estragadas.
Na verdade , falta-me talento para esquecer. Por isso a dificuldade de adaptação a novas situações.
Preciso parar agora...
Já sinto vontade de outros assuntos....Uma compulsão... Como quando você encontra alguém querido que não vê a muito tempo e se coloca a contar as novidades todas de uma só vez...
Sem tomar folêgo...
Silvia m.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Pois então...
Sem computador, mas , com a cabeça fervilhando...
Mas, desculpem, definitivamente não me sinto á vontade para escrever num cyber...
é como quarto de motel- o cheiro me confunde. No cyber , tudo me confunde.
Sou uma pessoa que tem dificuldade de adaptação.
Espero que vocês entendam- preciso da bagunça da minha casa pra me sentir livre , vagar entre o mundo das letras, das idéias.
Tenho sentido esses dias uma falta enorme de escrever , o que me levou a perceber que o ato da escrita se estabelece como um hábito cotidiano, agora quase tudo me dá vontade de escrever.
Espero que vocês possam me esperar.
E eu por enquanto vejo, engulo com os olhos e os sentidos. E penso sobre muitas coisas coisas que se apresentam a mim.Quando der colocarei aqui para dividir com vocês.
E vocês por onde andam seus pensamentos ????????????????????????
Silvia.

sábado, 23 de maio de 2009

Adoro caricaturas...


Me impressiona essa capacidade que algumas pessoas tem de captar os detalhes,as expressões de um rosto e transformar em desenho.Essa caricatura foi feita em 1988 por um aluno meu - Magno,e me dada de presente de aniversário. Adorei!!!!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Faz tempo...


Nessa foto tinha 12 anos,faz tanto tempo.Jardim do Theatro José de Alencar ,tinha um laguinho, com patos, e uma ponte. Adorava ficar lá. Nesse dia teve espetáculo.Cabelo estaqueado com pastinha. o figurino era amarelo e azul, escolhi o amarelo, sempre adorei amarelo. OH saudade!!!!
Não lembro o que dançei,era algo alegre.Minha professora era a Ana Virginia. Eu estudava no 7 de Setembro, começei a dançar lá.Saudade dos dias do Grêmio, era parecido com o TERÇA SE DANÇA, toda semana uma correria para ter espetáculo, e eu sempre dava um jeito.Nem sabia naquela época que estava aprendendo a improvizar. Tantas vezes eu entrei na última hora e fiz algo, só pra não quebrar a expectativa das pessoas que estavam lá pra ver dança. Eu só tinha 12 anos, nem sabia direito porque fazia tudo aquilo.
E hoje ? porque faço????

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Quinze anos de uma amizade...




"A CADEIRINHA E EU "

13/maio ás 18:30H

Theatro José de Alencar

Projeto Abracadabra no Foyer

sexta-feira, 8 de maio de 2009

'As caixas são pretas, outras muito coloridas, quando caem revelam um mundo. Um simples pedaço de quebra-cabeça perdido,restos de sonhos,escritos vazios,roupas que não me cabem mais, linhas , muitas linhas ...Me vejo amarrada, com as mãos nos olhos, olhos de vidro.Lá dentro tudo se parte, assim , aos pedaços como pratos caindo no chão.Encontrei um pedaço de mim. Desconheci.Renego, era feliz.Felicidade boba, dessas de comer chocolate e tomar coca-cola bem gelada.Felicidade de sentir.Não reconheço.Sinto tanto que seja assim...Ouvir a campainha tocar e doer , dor de morte.O que eu não quero que as pessoas vejam?O que eu não quero ver nas pessoas?Esse existir simples?Essa falta de dor , dor de nada?É isso?
corro, corro. cada vez mais pra dentro de mim.caminhos,escuro, luzes fortes. gritos.Não são de dor.Caixas caem ao meu redor, cheias de papéis velhos, cartas, fotos roubadas, brinquedos quebrados.restos de uma eu que não existe mais.Mudei tudo de um canto pra outro, revolução de araque.Antes essa eu cuspia fogo , hoje no máximo manda ir a merda.essa eu conta 1, 2. 3. e...A eu de hoje nem mudou de quarto, tá tudo mexido.Jogou uns papeizinhos fora , poucos.Mas que mudou, mudou.Tudo de lugar.E no meio dos papéis um pedaço de mim se foi.Talvez o que cuspia fogo.Sei lá...
Pouco antes de me perder olho meus muitos bichinhos no meio da casa, o porquinho rosa do computador, a lagartixa que passeia mansa no corredor escuro, os sapos do banheiro, as galinhas vivas do quintal e a tartaruga felipe que se esconde perto do fogão, a coelha nanda que me pede carinho e comida , eu sei que eles me entendem e sabem que vou me encontrar. Eu seu que eles enxergam o esforço enorme que faço pra ter uma existência qualquer.O esforço de levantar com um pouco de dignidade adquirida num sonho bom da noite pouco dormida.Eles são as minhas testemunhas da luta que travo comigo e comigo.Para atender ao telefone, para dizer sim, para ir aos lugares , para fazer coisas , para não me perder entre o quarto e a cozinha.
Pra ser forte , durante tanto tempo.Eles podem dizer o quanto eu tento, ninguém mais.
Como posso dizer que sou forte.
Posso dizer pra não me perder.
Mas, é estranho, porque se confunde Fraqueza com fragilidade , não sou fraca , estou frágil.
Não quero que ninguém me salve...
Tem razão, não se apegue a mim.
Eu posso quebrar , fraquejar e ai ?
Terá sido em vão... Sou uma guerreira de uma guerra perdida.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

História de uma dança

Em junho "A CADEIRINHA E EU" completa quinze anos de apresentações. Nossa !!!!! 15 anos , parece que foi ontem... Lembro como se fosse ontem - a Ana Aragão tocando a campainha as 7:30 da manhã de um sábado e me entregando a cadeirinha, nesse mesmo dia substitui o tijolo pvc pela cadeira , primeira mudança significativa, muitas cenas mudaram ,outras apareceram e desapareceram, a entrada da cadeira mudou o nome do solo - virou : "A CADEIRINHA E EU" .Nunca vou esquecer a emoção desse presente. Alguns dias depois veio a música- foi Gilberto um namorado que tive que era gerente de banco -uma graça ele... Me deixou de legado a música da cadeirinha - ele ouviu e me disse - te dou ,porque parece demais com você - era em inglês- eu não gosto de inglês, não gosto de usar música cantada em espetáculo, quando ouvi - tive certeza que usaria aquela música, parecia ter sido feita pra ser usada naquelas cenas, tinha a exata densidade que eu buscava . Obrigada Gilberto, Obrigada Ana.
No meio disso engravidei duas vezes , outras cenas foram retiradas ,outras se estabeleceram como necessidade.De novo mudanças que se organizaram como construção.
Agora passados quinze anos , a cadeirinha esteve quebrada - duas vezes, foi uma dor enorme num novembro , 13 anos de uso,no Crato em plena apresentação na Mostra SESC Cariri ela quebrou pela primeira vez- por alguns segundos o ar me faltou -alguém da platéia me socorreu e depressa gritou : chama um médico !!!!!! Eu pensei deve ser pra mim - não era, era pra cadeira ,nesse dia teve ambulância em cena , Juro- quase não consegui terminar , acho que foi uma das poucas vezes que quiz parar a cena e dizer -chega , acabou, preciso sair e chorar. Sinto medo.Não quero continuar.Desculpem .
Mas, engoli o choro forte e conclui ,inventei um final,várias pessoas nesse dia choravam na platéia.Sei que viram meu desespero ,meu desconsolo.
No outro dia minha cadeira foi parar nas mãos de um carpinteiro que tinha ateado fogo no próprio corpo - minha Jóia - cheguei nele através de um anjo cujas asas não se vê - Adrião Sisnando - De novo tive medo. Sabem , minha cadeira não tem prego algum,é de madeira ,feita de encaixes perfeitos e colados- Rezei pra Minha Jóia não cismar e tocar fogo na cadeira ou colocar prego ,foi uma noite muito dificil essa , de uma espera atormentadora - o que me consolou foi o brilho no olho de Minha Jóia quando viu a cadeirinha e disse- deixe comigo ,amanhã ela vai ter nascido de novo.Minha Jóia fez um engate perfeito pra ela, ele estava ainda todo queimado, tinha chegado do hospital fazia dois dias - quando fui receber e quiz saber quanto custava ele disse - deixe pra lá - eu que agradeço ,quase nunca tenho chance de ver alguém tão preocupado com um pedaço de madeira, leve ela bixinha, leve ela.
Nunca vou esquecer Minha Jóia .
Um ano depois que ela havia quebrado- quebrou novamente, pensei está frágil , e agora pra quem vou entregar ????Lembrei do Paulo, um marceneiro de mão cheia que namorei e que me conheceu numa apresentação da cadeirinha. Dessa vez foi menos doloroso, não tive tanto medo, porque consegui em cena encaixar e na hora já pensei no conserto . Respirei fundo e disse pra ela: Aguenta Amiga,Aguenta Firme.!!!!!
Entreguei nas mãos do Paulo e ele me devolveu perfeita. E nesse dia decidi que precisava fazer outra cadeira, embora eu saiba que será muto dificil usar . O Paulo fez uma nova, não é nem de longe igual a minha, é linda, só que tem uma outra beleza.Ainda não consigo tocar nela e pensar - usarei em cena...
Quartorze anos depois de uso - minha bota foi sequestrada pelo sapateiro.Outra dor enorme - Sumiu com minha bota usada, gasta , quebrada.A bota eu ganhei de uma pessoa da platéia , bem no começo,ele perguntou como podia contribuir com o trabalho e eu disse brincando - preciso de uma bota para completar meu figurino. No outro dia havia uma bota me esperando na recepção do Theatro José de Alencar - ele o rapaz, eradono de uma fábrica de sapato - DI Couro.
Agora tenho uma nova cadeira que ainda não foi testada, e preciso comprar uma bota. Dificil mudar pra mim. A cada detalhe eu me apego como se fosse caso de vida ou morte - Tive um outro vestido, longo, que dificultava meus movimentos, há mais ou menos uns 10 anos mudei o vestido pra esse que uso agora, foi dificil me acostumar,ainda olho o vestido antigo de vez enquando. Minha mãe costuou os dois vestidos , do jeitinho que só ela sabe fazer.
Também houve um tempo que tive que me acostumar sem as tranças. Adoeci, engordei muito e decidi cortar o cabelo curtinho, sem tranças muita coisa da movimentação ficou sem força, tive que mudar a movimentação, escolher outros momentos ,criar outras cenas. O cabelo demorou muito pra crescer e as tranças voltarem novamente com toda força.
Uma vez perdi a música, o CD sumiu. desespero total dia de apresentação - Fernando me salvou - achou a música na internet , hoje tenho várias cópias, pro caso de um sumiço desses acontecer...
Cheguei a apresentar sem música.Não tinha som,fiz assim mesmo, e numa praça pública .
Mudanças fortes aconteceram nas cenas em duas situaçoes - quando entrei na cadeia feminina para trabalhar, e quando tive que mexer nas cenas para usar no espetáculo no Japão. Tudo foi acrescentado , ganhei as florezinhas do cabelo, no Japão- Miyuki me deu. Passei a usar.
Agora completaremos quinze anos...Já estivemos em hospitais ,escolas , assentamento,invasão de terra,festa de quinze anos(duas vezes) ,asilos,Universidades,cadeias públicas, penitenciárias, orfanatos, comicio politico, bares , fábrica, numa calçada,repartições públicas, vários circos, Comemorações de dia das mães, natal,dia das crianças, dia mundial de teatro, aniversário de Palhaço - Seu Trepinha, feira,festa de aniversário de avó,televisão,manicômio, maternidades, praças, Shoping,Festivais, Mostras de teatro e de dança, Teatros, outras cidades , outros estados , outros países. Crianças ,adultos , idosos...
Apresentei primeiro numa festa no Pirata Bar , realizada por mim e Ana Aragão,ainda sem todos os elementos , depois fiz sua estréia no palco do Theatro José de Alencar em junho de 1994 dentro de um espetáculo de encerramento de um processo que durou 8 mêses ,uma oficina - A DANÇA NO TEATRO que teve como encerramento o espetáculo "Perdas Momentâneas da razão". Foi muito importante pra mim esse trabalho, nele fortaleci e criei laços com amigos que trago comigo até hoje - Marconi Basilio , Gorete Pereira, Milton Paulo, Karin Virginia, D. Maria, Sâmia Bittencourt, Maria Rosa, Jorge Luis Viana, Nixon Fernandes e outros .
Não tenho como descrever as vezes que me emocionei.
Quantas vezes me apresentei??? ?Para quantas pessoas????
Em quantos lugares?????
Poucas vezes cumpri uma apresentação,com essa idéia de cumprir. Quase sempre é mesmo único, mesmo sabendo para onde vou- vou para um lugar diferente em mim, novo, que me suspende , me questiona, me emociona , me surpreende.
Construimos uma história...Ela e eu...Sempre , pra onde vou, levo a cadeirinha, ás vezes nem sei se vou me apresentar, mas, levo . Por pura necessidade da segurança de sua companhia, e por saber que se em algum momento for possivel - vou querer fazer.Vou querer dividir com alguém essa construção ,esse momento , essa reflexão sobre o universo feminino- o meu feminino,construido á partir de dentro de mim,das minhas memórias ,das minhas observações , das minhas inquietações.
"A CADEIRINHA E EU" conta parte da minha existência. Eu criança, eu adolescente ,eu mulher ,mãe, eu e meus medos, minhas fragilidades, minhas forças.,minhas decisões ao longo dessas mudanças.
É um testemunho de mim.
Quinze anos...
Comemoraremos...Porque estamos vivas, quebramos , mas, tem conserto.Porque mudamos, mas

somos fléxiveis , conseguimos absorver as mudanças ,mesmo com dor , com resistência.Porque somos memória.Porque somos a nossa história sendo criada a cada dia,a cada novo encontro.E éuma alegria renascer.
Quinze anos resistindo, enfrentando, fazendo um espaço do possível.
Agradecida "CADEIRINHA", por ser instrumento de uma busca por mim mesma , instrumento de troca de emoção, de sensações , de possibilidade de encontros, de permição de afetos.
Agradecida...
e só para não deixar passar agradeço:
Ana Aragão,Gilberto, Adrião Sisnando. Minha Jóia, Paulo Marceneiro,D.Irene - minha mãe,minhas filhas - Maira , Eloá e Iná,Fernando Braga,e todas as pessoas que me convidaram para cada apresentação.Algumas já fizeram isso muitas vezes.
Agradecida... A todos o meu carinho e o meu afeto.
Silvia Moura

Descobri...

São 3:49 da madrugada de uma noite do dia 19 de abril.Ano 2009.
Tive um sonho : era uma festa dessas de final de evento - Bienal de dança, algo assim, era de dança , eu estava lá com uma roupa cheia de detalhes - dessas que se usa nesses eventos -especial. No meio de um barulho de música , gente falando alto, era alegre a festa, chegavam umas pessoas juntas - Andrea Bardawil, Flávio Sampaio, Ernesto Gadelha e Sandra Meyer, muito alegres ,eu corria e abraçava o Flávio, um abraço tão forte que os detalhes da minha roupa iam caindo se desmanchando, tudo parava. DEpois lembro de comentar que o Ernesto estava muito bonito e bem vestido, e depois saia do local. Sentia uma dor forte aguda, insuportável.
Acordei. e me veio a seguinte sensação: doi amar,como uma ferida aberta, que sangra há muito tempo, hora menos , hora jorra. E me lembrei -tantas vezes senti essa dor . E me veio : pessoas , distanciamento delas, perdas, recusas,desencontros.Veio também a sensação de casa habitada ,cheia , alegre, não há só dor.
Quase todos os nomes que vieram são relacionados a amizade.
E tive certeza que alguns estão ligados a mim há muito tempo, talvez até antes de conhecé-los. O amor já estava antes da pessoa chegar ou eu.
Pode ser que essa certeza se dissipe quando a luz do dia cair sobre mim, e o sonho se diluir entre as horas e os afazeres. Por isso vim escrever.
Quero lembrar disso tudo ,caso outra hora, outra certeza assim me aconteça.Quero lembrar .
Não pensem que acho ruim a dor , é melhor té-la, do que o nada , o vazio de emoções verdadeiras, era forte , mas também tive a sensação de que junto vem a
força de suportar o impacto causado.
E agora penso - a gente veio mesmo pra essa vida - amar. Aprender a amar, a conviver com o impacto que isso causa.
S.m.
"De uma vez por todas, há muitas coisas que não quero absolutamente saber. -A sabedoria traça limites, mesmo ao conhecimento. "
Nitzche - Crepúsculo dos Ídolos

Para Nádia...

Nádia você vem sempre aqui ????
Fui lá no seu espaço, saiba -também me sinto sozinha, também me pergunto se estou escrevendo para mim mesma...
Mas um dia.
O que você fez hoje ??? eu estou com uma absurda sensação de que nada faz sentido.
Fez algo que gostaria de mudar se pudesse ???
Viu alguém que iluminou seu rosto?
Você teve medo hoje?
Mais um dia que não volta.
E a chuva insiste em cair lá fora . Dentro de mim chove fino, bem mansinho , mas é insistente o barulho.
Onde foi que eu me perdi mesmo ???????
silvia m.
Ontem a conversa girou em torno de : como começar a gostar de ler???? por onde começar a ler??? o que se faz com a sensação de não entender determinado livro??? como adquirir "esse conhecimento anterior" que nos possibilita entrar no pensamento de determinadas leituras???
Tem algum livro que despertou em você esse momento mágico, abriu a porta para o mundo fantástico dos que gostam de ler ?????
Um dos livros que me fizeram isso :
SE ME DEIXAM FALAR de Domitila Barrios de Chungara e Moema Viezzer
Li aos quartorze anos pela primeira vez, e agora reli, achei num sebo e não resisti, quiz ter na minha vista. Foi muito bom reler 30 anos depois.E reli uma edição revista e ampliada.
Vou catar outros momentos mágicos na minha memória para dividir com vocês.
S.M.

e eu????

Eu estou lendo vários livros ao mesmo tempo. Se um me cansa passo para o outro, mas, tenho como príncipio terminar todos.
Um especialmente me encanta agora : CARTAS do Fernando Caio Abreu.
Tem outro você ai ????
O que você está lendo ????
S. M.

o Que você está lendo?????

Um você chamada Maurilene, me respondeu : Oscar Wilde.
O livro que você está lendo, não li, mas, gosto muito do Oscar Wilde. Dele tenho um livrinho que ganhei de uma pessoa que considerava muito inteligente a muitos anos atrás, em 1986. Nós conversavámos sobre anarquia, sistemas de governo, filosofia , isso em uma academia de dança , nos intervalos entre uma aula e outra que eu dava. Imagina???? Eram para mim momentos preciosos.
O livrinho se chama : A ALMA DO HOMEM SOB O SOCIALISMO.
Aqui vai um trecho :
(...) Não há necessidade alguma de separar o monarca da plebe: Toda autoridade é igualmente má. Há três espécies de déspota. Há o que tiraniza o corpo. Há o que tiraniza a alma.E há o que tiraniza o corpo e a alma. O primeiro chama-se Príncipe. O segundo chama-se Papa. O terceiro chama-se Povo. (...)

quarta-feira, 8 de abril de 2009

pois então...
Hoje bordando,meu exercicio de ficar parada em movimento, pensei- de onde vem essa vontade enorme de ficar "muito" quieta ???
Até dar aula queria não!!!! Que gosto tanto. Mas, pra dar aula remexo dentro de mim para criar novas sensações, outras formas de ver os exercicios,outra forma de ver as pessoas.
Tenho dificuldade em mudar coisas pequenas, não gosto de faxinas que mudam as coisas de lugar. Gosto de ver as transformações acontecerem sem nenhum empurrão.
Também bordando questionei esse exercicio de escrever, será que escrevo para que outros leiam? Me veio a imagem de uma ciranda onde cada um dá a mão ao outro- escrever é a ciranda da palavra- onde eu escrevo e tu lê , um dá mão ao outro pelo olho, pra romper a solidão que às vezes é necessária, posso mudar solidão por recolhimento.
Continuo colocando o acento no - às vezes - é que não me acostumo com essas mudanças na língua, me recuso a fazer conseções por exemplo na internet, as abreviações que me incomodam, não uso - se está conversando comigo tem que ler a frase inteira.
Gosto de escrever, apenas pelo fato de ver as frases se juntando e formando algo. Gosto desse momento em que juntando uma coisa com outra temos uma terceira que se cria.
A manifestação da criação é vital pra mim, passar o tempo e olhar e ver algo criado é bom. è uma forma de tirar retrato da alma da gente.
Tem alguém ai????????????
Tenho lido muito esses dias, mais do que o normal...
O que você está lendo agora??????
s.m.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Sumi não...
É que estou brincando de silêncio.
E estou avariada...
Em obras.
Processo de construção.
Silvia m.

quarta-feira, 25 de março de 2009

"O que é a vida????? Fúria!!!
O que é a vida ??
Espuma oca! Um poema, uma sombra quase!
E a sorte nada pode dar senão pouco: pois a vida é sonho e os sonhos, sonhos são..."
Calderón de La Barca

terça-feira, 24 de março de 2009

Algumas pessoas acreditaram que podiam cultivar a felicidade em laboratório.Isolaram-se do mundo,baniram as pessoas complicadas de sua história e as dificuldades de sua vida. Gritaram:"Estamos livres de problemas!" Mas a felicidade sumiu e deixou-lhes um bilhete:"Eu aprecio o¨cheiro¨de gente e cresço em meio aos transtornos da vida."

domingo, 22 de março de 2009

Existe um ser que mora dentro de mim como se fosse a casa dele, e é. Trata-se de um cavalo preto e lustoso que apesar de inteiramente selvagem - pois nunca morou antes em ninguém.Nem jamais lhe puseram rédeas nem sela - apesar de inteiramente selvagem tem por isso mesmo uma doçura primeira de quem não tem medo: come às vezes na minhas mão. Seu focinho é úmido e fresco.Eu beijo o seu focinho.
Quando eu morrer,o cavalo preto ficará sem casa e vai sofrer muito. A menos que ele escolha outra casa e que esta outra casa não tenha medo daquilo que é ao mesmo tempo selvagem e suave.
Aviso que ele não tem nome : basta chamá-lo e se acerta com seu nome ou não se acerta,mas, uma vez chamado com doçura e autoridade, ele vai. Se ele fareja e sente que um corpo - casa é livre, ele trota sem ruídos e vai.
Aviso também que não se deve temer o seu relinchar: a gente se engana e pensa que é a gente mesmo que está relinchando de prazer e de coléra, a gente se assusta com o excesso de doçura do que é isto pela primeira vez.
Às vezes penso que o cavalo sou eu própria. Será ????
Clarice Lispector.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Sofrimento não é amargura.
Tristeza não é pecado.
Lugar de ser feliz não é supermercado...
Zeca Baleiro

Qual é mesmo o lugar de ser feliz????
Eu , por mim, sou feliz em qualquer lugar.
Fico feliz no banheiro quando sinto a água cair sobre o meu corpo, lavando o dia.
Fico feliz quando consigo realizar algo que programei.
Fico feliz quando termino uma boa aula.
Qualquer lugar, qualquer hora, será propício para receber a visita da felicidade...

quarta-feira, 18 de março de 2009

Recebi e não me sai do pensamento...

QUE A ALEGRIA ACOMPANHE TUA FORÇA...

Renitente...

Eu me relaciono com a escuridão ofuscante que mora dentro de mim.Eu sou um poço fundo, cheio de borboletas escondidas...
Quando disse que era uma pessoa comum, porém de escorpião.Muitos reclamaram, duvidaram e etc...Pois então pensei melhor :
Não sou uma flor,não cheiro a rosas,meus olhos não são verdes.
Sou assim, fedo, rasgo, mordo.
Sou vidro moído, grito muito, choro.Meu travesseiro é de pedra.
AH! ia esquecendo :tenho calos e feridas.
Então não podem me denunciar ao DECON - Não vendi gato por lebre.
Sinto muito.

segunda-feira, 16 de março de 2009

foto de mim.



O vento, o movimento lento das saias, as cores , a arvóre única e saída do meio do muro, quase sem chão pra respirar.

A repetição de decisões tomadas ao longo do tempo.

O cinza em contraste com as cores, um laranja que grita.

Terra escondida por cimento.

Ao fundo baldes que lavam garrafas tiradas do lixo, que falam da dificuldade de descartar, soltar, deixar ir...

Quando tirei essa foto. Me vi revelada na dança do cotidiano do meu quintal.

Eu sou o meu quintal...

S.m.

o outro...

Porque quando não concordamos com uma ação vinda de outra pessoa isso nos mobiliza, nos revolve tanto???
Tudo o que nos interessa e nos incomoda no outro nos reaproxima de nós.
Somos nós que nos vemos além dos nossos olhos ao olharmos o outro.
É o olhar do outro que nos desperta e nos revela.
O conhecimento não é mais do que um reconhecimento, um devolver-se através do outro.
Talvez por isso doi tanto discordar das ações de outra pessoa, talvez por isso seja dificil aceitar que o outro não acredite ou aceite algo vindo de nós.
Relacionar-se é se disponibilizar para a aceitação ou não de si mesmo.
Toda relação é existencial.
Ainda que seja entre um homem e uma lata.
Toda a nossa relação com o outro éapenas nossa: e a do outro conosco é apenas dele.
Então toda relação é solitária.
Temos a ilusão de estarmos acompanhados...
s.m.

ganhei e quero dividir...

Quando danças provocas respiros distantes
aproxima os que estão longe
abre portais para outras dimensões
Quando danças reafirma que nasceu para fazer exatamente isso
Reacende o desejo de quebrar paradigmas
de romper limites e rasgar véus
Quando danças atrai deuses, espíritos, fadas e orixás
evoca ventos, ondas, chamas ardentes
a terra treme
Quando danças sinto-me em comunhão contigo
digo pra mim: Não estou só...Também danço!
Obrigado por estar entre nós
por viver lindamente
por dançar e desdançar conosco!
Gerson Moreno

o valor das coisas...

Tenho pensado sobre o verdadeiro valor das coisas.
Quanto vale uma amizade ?
O que se é capaz de fazer para manter algo valioso?
Nesses últimos dias tenho quase que todo o tempo me deparado com essas questões.
Mesmo a distância os sentimentos sobrevivem, a capacidade de aproximação de uma pessoa da outra ultrapassa os limites do conceito "tempo", "relação".
É uma força poderosa a amizade.
Você pode alimentar sentimentos no silêncio???
Uma relação continua existindo mesmo quando algo se coloca entre uma pessoa e você???
Há um sentimento básico que não muda ou diminue se não for devidamente alimentado?
Silêncio.
Ás vezes a resposta estraga a pergunta.
S.M.

filosofia

"Na Natureza atuam duas forças, chamadas de Amor e de Disputa. O que une as coisas é o amor; o que as afasta é a disputa."
Empédocles (Filósofo Grego)

quinta-feira, 12 de março de 2009

nesse momento.

*SEM CONTROLE
*FECHADA PARA MANUTENÇÃO
*PERIGO - INFLAMÁVEL
*CUIDADO - MATERIAL AVARIADO
*FRÁGIL

Enfim, de todas as formas e por precaução é melhor calar.
Se possivel sumir por uns tempos,sair de circulação.
Ficar na segurança do meu quarto entre os meus 7 travesseiros e os papéis dessarrumados e espalhados.Evitar confrontos, noticias , ou opiniões.
Até as nuvens se abrirem dentro do meu céu em tempestade.
s.m.

Minha alma saiu pra passear...


Minha alma saiu pra passear e de longe me viu sorrindo...
Assustou-se.

domingo, 8 de março de 2009

me sinto...

Como me sinto cansada,
Não quero mais conviver, quero desistir.
cansada demais pra me dabater.
Tudo que eu falo ou faço acaba virando outra coisa.
Não me adapto a esse momento, não tenho força para ser testada.
Acabou, esvaiu-se.Fim.Fim.Fim.

sábado, 7 de março de 2009

silêncio...


Um silêncio insuportável se apodera de mim, como garras
prendendo um grito que precisa sair.
Mas, pra que gritar?
O grito existe - eu escuto.
Porém não há força para fora.
É um grito para dentro, um túnel.
acho que esse grito de tão cheio se tornou silêncio...
silvia m.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Para não esquecer


Essa era a minha primeira imagem do blog. Não me agrada essa sensação de descartar as coisas, as imagens,nada... Essa ferramenta que se vire pra guardar tudo, não quero nem saber de ficar mudando, apagando, deletando coisas.
Não gosto .Sou daquelas que não muda nem móvel em faxina.
Deixo minha cota de suportar mudanças para me adaptar as que a vida me coloca.
Nelson Rodrigues tem uma frase ótima sobre isso:
"Deveria ir ao médico fazer tratamento quem tem facilidade de esquecer, de mudar e não quem tem dificuldade de esquecer."
Concordo com ele....
S.m.
A ESPERANÇA É UM URUBU PINTADO DE VERDE...

sobre a mudança da foto...

Cansei de ser Terra e fogo.
Agora quero ser água.
Não mais lembrar Sargento Getúlio, lembrar agora gota d´agua em copo quase cheio.
Transbordando.

Sobre comentários.

Adorei os comentários.à propósito (estou gastando o meu à propósito)
Me fez lembrar como prezo o senso de humor.Até penso que deveria ter reposição - como a hormonal .
Faltou senso de humor toma-se um pilula e pronto.
Faz falta em uma pessoa senso de humor, nossa!!!! como faz falta.
As piores situações são melhor engolidas sobre o aspecto do bom humor.
Não falo de achar graça , simplesmente, mas, dessa qualidade que algumas pessoas tem de reverter situações e ver realmente um outro aspecto que é risível.
Edson meu amigo íntimo, porque tem trocado suas intimidades comigo, comentado minhas dores - tem um excelente senso de humor, me parece.
Fernando um outro amigo desses de carne e osso, quero dizer não virtual, que eu vejo mesmo, também me encanta com suas frases e seu olhar sobre o mundo.
Saudade de Fernando...
Já estou me habituando a Você Edson - não desapareça. Porque o mundo virtual tem dessas coisas - as pessoas são engolidas, somem,os e-mails desapareçam ou mandam recados esquisitos de resposta - ou simplesmente a resposta clássica - AH!!NÃO RECEBI SEU E-MAIL..."
Edson não se deixe engolir pelo computador, nem pela indiferença. Não desapareça...
O Fernando o trabalho engoliu -levou pra longe...
Fiquei um pouco orfã sem ele, ele me fazia tanto bem...
S.m.

o que fui...

Lembro-me que já fui primavera, que enchia os muros velhos do meu canto de plantas e fazia nascer rosas.
E por não esquecer - te conto...
minha alma ás vezes deixa escapar coisas.
disfarça ... tem gente olhando...
Desconfio do meu direito de espernear. Vou acabar embiocada num buraco escuro.
Desconfio também dessa dormência que me impede de pedir ajuda...
Socorro!!!!
ou será Seu Socorro???? D. Socorro ????
Isso me lembra um espetáculo...
Mas, hoje sei :
Não ando perdida como pensava - ando desencontrada.
É diferente.
S. M.

domingo, 1 de março de 2009

Uma imagem marcante.


Minha relação com autoridade sempre é muito precária.
Nesse dia estava fazendo um trabalho na rua - CONTRATEMPO, e na volta , me meti em uma discussão com o guarda.Ficou a imagem,nem me recordo porque reclamei ou do que.
Mas, seu dedo , com certeza , não consigo esquecer
S.M.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

sobre palavrão...

sobre palavrão...
Palavrão é dor, medo,solidão,desânimo, miséria,é vergonha, tristeza,angústia...
palavão é boca calada com vontade de gritar, é gente sem brilho no olho, é gente com medo de gente, palavão é desencontro, é mentira, é inveja.
palavrão é ...tomar sopa na chuva, sem conseguir dormir, com o juízo atormentado. palavrão é achar que o quarto podia ser menor pra se perder dentro... palavrão é grito de mágoa recolhida, palavrão é querer virar página de livro e sumir entre as letras, entre um ponto ,imprensada em duas letras , ou acentos.
palavrão é algo dificil de engolir.
s.m.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

receita para acalmar um pouco..

Para não explodir,e me acalmar a receita que consegui agora :

*fazer crochê ouvindo música (só serve se for boa música) - hoje: CássiaEller,Um pouco de Zeca Baleiro e Elza Soares, não sei mais tarde. Deu uma saudade enoprme de Ângela RoRô, vou ver se encontro algo dela.
* Ler algo que me dê alento : agora "Mansamente Pastam as Ovelhas" de Rubem Alves, que sempre metoca delicadamente.
"O Amor esquece de começar" do Fabricio Carpinejar , que eu adoro, e releio sempre.
Os dois me colocam num lugar de serenidade.
*Escrever, escrever, escrever....
*Ter uma aula de carinhas com o Jesuita e dar boas gargalhadas, inocentes, muito bom pra acalmar.
* pensar numa boa aula, retirar de dentro da minha caixinha de sensações,coisas bem bonitas que sinto e vejo nas aulas.
Outro dia falo sobre minha caixinha de sensações...
*seria bom comer algo gostoso, mas, me sinto frágil pra ir até no supermercado...
*um sono sem sonhos, sem tempo, desses de remédio pra dormir.
*Seria bom também uma sessão de conversar besteiras com meu amigo Fernando, mas , não dá ele está muito longe. Às vezes funciona com a Eloá, mas não é a mesma coisa, só as besteiras do Fernando me acalmam.

Nossa!!! como preciso de muitas coisas pra me acalmar.
S.M.

à propósito...

Fazia um tempo que queria usar...
À propósito - Adoro Mário Quintana.

Chorei...

Lembro sim:
CHOREI ... Não consegui esconder todos viram...
Fingiram, pena de mim não precisava.
Ali onde eu chorei , qualquer um chorava...
Dar a volta por cima , quero ver quem dava...
Cantado por elza Soares bem alto, quando estou triste , me faz um bem enorme.
Levanta sacode a poeira e dá volta por cima...
Sacodir a poeira de minhas gavetas escuras, da minha constante falta de habilidade para conviver.
Sacodir as dobras dos lençois quando não quero enfrentar o dia.
E sair pra vida e quem sabe ter um dia, uma noite bem lindos.
Adoro viver , minha tristeza quase nunca é de morte - é de vida mesmo.
Do que quero mudar e não consigo, do que acho injusto, do que não caibo, do que não consigo entender.
Tristeza de sobras, de restos, de gritos, de não conseguir fazer da vida algo melhor, de mim algo melhor, por isso doi.
Chorei...
não consegui esconder...
enchi baldes de lágrimas...
e depois coloquei nas plantas pra não estragar.
Silvia m.

Os comentários...

Agradeço demais os comentários ,sempre me fazem olhar para dentro com outros olhos.
Me sinto acompanhada.
Agradecida.

Sobre escrever, sobre espaço...

Sempre escrevi, papéis soltos , muitos caderninhos, impressões, desejos, listas, coisas que numa conversa não consigo dizer, frases com sentido ou não.
às vezes escrevo mesmo por necessidade, assim como coloco a "palavra" nos espetáculos,algo que precisa ser dito, naquele momento com aquela força.
Nunca achei que era poesia o que fazia...
Agora lendo os comentários me dou conta - estou escrevendo e dividindo isso com outras pessoas, poetas, leitores , curiosos, amigos, conhecidos.
Vos digo : escrevo por sobrevivência, por desepero, por solidão, pra dividir, pra me impor uma rotina de abrir espaço dentro de mim, para não enlouquecer.Considerem todas essas palavras uma confissão.
Confesso: escrevo porque preciso. E não há outra necessidade maior que essa.
Nem lembro se preciso de coragem, porque o medo e a dor ás vezes me embotam o juízo.
Escrevo como quem leva a alma pra passear, pra respirar um pouco.
Queria escrever bem, não por vaidade. Mas, por respeito aos que vão ler. Ler coisas mal escritas é chato.Por respeito a isso que dentro de mim não consegue se acomodar, e que mesmo com dor, penso que é o que me faz a pessoa que me torno a cada dia.
Talvez sem minha dor,não fosse o que sou.
Não reverencio dor nenhuma, como já disse, ela existe- por isso respeito sua existência, decidi não esconder de ninguém. E isso me salva da amargura.
Seguirei escrevendo.
s.m.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

eu estou assim, triste ,serena, quase feliz...


Alma escura...

Porque será que me sinto triste????
de onde vem essa dor que eu digo ter???
porque simplesmente não vou vivendo contente como os outros???
Gostaria de dizer - QUE NÃO ALIMENTO MINHA TRISTEZA NÃO...
Ela já veio alimentada, almoço e janta...
Uma dureza na alma,uma escuridão...
Ninguém se endurece por si...
Vem de algum lugar, de algum tempo...
Me sinto um bichinho de asas coloridas e fragéis.
Um caco de vidro que brilha quando bate luz.
Me sinto varrida por maus ventos...
A propósito - Quem perguntou ????????????????

palavras...

*Exíguo
*Soberba
*Ontológico
Como fazer uma frase boa e colocar palavras assim?

"Num lugar exíguo até os pensamentos se tornam estreitos..."

Para escrever bem é preciso sofrer, sofrer. Chafurdar na cabeça boas frases que digam algo, que sejam bem escritas. Não é fácil. Não gosto quando leio algo que tem um monte de palavras dificeis e você não consegue entender o sentido da frase, devia ser proibido... Parece pedante - ops!!! outra palavra :

*Pedante

sábado, 21 de fevereiro de 2009

e...

Do quarto para a cozinha, da cozinha para o banheiro, do banheiro para o quarto,
vou para o banheiro
bato a porta e...
EI Escorpião!!! Quebrei minha cauda,
estou num lugar tão pequeno e ainda assim é enorme,
vontade nenhuma de sair,
de enfrentar as calçadas,
acho que me perdi no corredor,
tava escuro e...
Quando eu me encontrar,
vou estar com uma saudade enorme de mim.
s.m.

colagem de mim

Mentiras Sinceras-Corpos Aprisionados-Engarrafada -Ind Gente - Dentro de Mim é muito escuro

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

água...muita água


"Chorei ,

não consegui esconder ,

todos viram..."

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

silêncio...

"Silencio por favor enquanto esqueço um pouco a dor no peito

nao diga nada sobre meus defeitos

eu nao me lembro mais o que me deixou assim "



um samba sobre o infinito

para clarear a memória...

SARGENTO GETÚLIO - Espetáculo solo de Ricardo Guilherme com Iluminação de Neto Brasil e Texto Original de João Ubaldo Ribeiro.Apresentado no Teatro Universitário.
INESQUECÍVEL!!!!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

sobre Sargento Getúlio

Em um comentário de Edson, foi trazida a lembrança dessa obra , forte e vigorosa de Ricardo Guilherme - SARGENTO GETÚLIO.
Nossa!!!
Ainda hoje lembro a forte imagem do personagem e o cheiro de barro e suor do sertão, cheiro da morte, cheiro de medo. Das luzes que parecia vir de dentro da Terra, como se pegasse fogo o chão.
Lembro do espetáculo como se tivesse visto ontem. Como pode mudar uma pessoa um espetáculo.
Sargento Getúlio, mexeu, chafurdou dentro de mim por muito tempo, no meu sentimento de revolta pelo que está posto e não justificável. Sempre que me revolto e pergunto aos berros - PORQUE?????
É Sargento Getúlio gritando dentro de mim.
Ótima lembrança Edson....
Agradecida.
Silvia M.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

eu...

sou um escorpião que se transforma às vezes numa lagartixa pequena e sem veneno, que se esconde pra chorar no banheiro,assim ,não incomoda os ouvidos felizes de ninguém.
Pra que ninguém tenha que dizer : chora não - isso passa.
Passa não, eu sei, só se esconde , pra depois voltar devagarinho.
às vezes choro pra dentro.
às vezes choro no ônibus, quase sempre ninguém senta na cadeira do lado,e choro livre com o vento da janela secando as lágrimas.
às vezes choro dormindo e acordo com uma dor no peito, como se tivesse secado tudo.
É bom chorar, se não -explodia ,virava bomba, saia jutando , batendo,cortando.
O choro dá tempo pra sentir e pensar sobre a dor.
Por isso choro tanto, pra dar tempo pensar...
Silvia

revolta...

Pintei o cabelo,ficou quase preto de novo,me estranhei.
Adoeci, fiquei fraca,fraca,como se quizesse chorar por outros buracos.
As lágrimas são poucas e gastas e tenho raiva.
Estou com uma revolta entravada na minha pele.
Minha avó morre...Não quero que ela vá. Vi seus ossos frágeis em cima de uma cama e suas mãos bordando , costurando fantasmas a noite toda.
ouvi seus lamentos - Ai, Ai, não me chafurdem, não me escutam dizendo ai ?
É triste partir assim, como nada, pessoas discutindo seus últimos dias.queria tanto subir naquela cama e abraçar ela,como fazia com minhas filhas quando elas diziam ai. Não pude o hospital não deixa.
Sinto tanta raiva desse fim.
Senti a presença da morte a noite toda.
Estou cansada.
Queria chorar.e queria deixar ela ir sem dor.sem medo.
sem revolta.
Sem lembrar dos seus ossos frágeis sendo lavados como pratos ou panos, ou sei lá o que.
Queria ter na lembrança seu cheiro bom,seu sorriso leve e seu olhar bom de avó.
Queria ser mais forte pra enfrentar essa situação de outra forma.
Agora só choro, revolta e dor...
Silvia

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Izaira me mandou

neste dia da poesia, dou-te este quintana de presente
"Viver
Quem nunca quis morrer
Não sabe o que é viver
Não sabe que viver é abrir uma janela
E pássaros sairão por ela
E hipocampos fosforescentes
Medusas translúcidas Radiadas Estrelas-do-mar...
Ah,Viver é sair de repente
Do fundo do mar
E voar...e voar...
cada vez para mais alto
Como depois de se morrer!"

sábado, 14 de fevereiro de 2009

para não esquecer...

"ENFRENTAR É CURAR"


O QUE PODE ACONTECER QUANDO O PENSAMENTO SUFOCA A IMAGINAÇÃO?

Da Porta da minha geladeira.

Colocado por Roberta:

Da Paz das borboletas

Moram em mim animais bravios,
Perigosos, eriçam seus pêlos
Rangem os dentes
Emitem urros
Por qualquer hora ou motivo.
Mas, Dormem em mim, tranquilos,
Quando lhes conto das
borboletas pousadas
sobre os vitrais
Noturnos...
(Tanossi Cardoso) em 2005

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

lugares

2009 - Paracuru / Senador Pompeu
2008 - Crato / Juazeiro/ Sobral/ Aquiraz / Itapipoca/ Tianguá / São Benedito / Guaraciaba do Norte / Ibiapina/ Viçosa/Ubajara/ Nova Olinda /
2007- Crato/ Juazeiro/ Nova Olinda/ Quixeramobim/Sobral/Umirim/Trairi/Itapipoca/Paracuru/Itapajé
Quero conhecer todas as cidades do Ceará, dançar em todas elas. Cada canto do meu canto , levar minha dança , minha voz.
Quero muito...

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

palavras soltas, presas no papel...


palavras no chão,soltas,encurraladas.

Palavras presas num papel , numa viagem.

no meio de uma aridez sem fim.

solidão,frio e medo de me perder.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

e tem que ter título sempre????

Como Ofertas...
Como quem junta dores, cobra moedas e agradece.
Caminho entre as frestas da calçada.
Meus olhos estão ofuscados por uma luz que vem de um lugar que não consigo definir.
Vejo atrás de óculos escuros.
Quase ouso um - "BOM DIA".
Mas, me pelo de medo. Quase nem me mexo.
Tive um sonho bom.
A felicidade me aparecia sorrindo.
Também haviam sirenes, muitas.
Sirenes. Indo, sempre indo.
Nesse momento não cabe em mim - disputas ou intensas perseguições.
Me sinto numa jaula de vidro.
Ofusco. Brilho!!!
Tudo em mim treme e grita.
Silvia M.

Quais????????????????????

Quais livros ando lendo ?????????????????

e você ?????????????

na página 20 do livro BUTOH -Dança Veredas da Alma



"Dentro de cada pessoa existe uma energia mais potente e feroz que qualquer bomba atômica."

Kazuo Ohno- 1986



Quantas vidas precisarei ter para ler todos os livros que quero ler?????

outro de Clarice.

Quero escrever o borrão vermelho de sangue

Quero escrever o borrão vermelho de sangue com as gotas e coágulos pingando de dentro para dentro.
Quero escrever amarelo-ouro com raios de translucidez.
Que não me entendam, pouco-se-me-dá.
Nada tenho a perder.
Jogo tudo na violência que sempre me povoou,o grito áspero e agudo e prolongado,o grito que eu,por falso respeito humano,não dei.
Mas aqui vai o meu berro me rasgando as profundas entranhas de onde brota o estertor ambicionado.
Quero abarcar o mundo com o terremoto causado pelo grito.
O clímax de minha vida será a morte.
Quero escrever noções sem o uso abusivo da palavra.
Só me resta ficar nua : nada tenho mais a perder.
Clarice Lispector

um texto de Clarice

OLHE PARA TODOS A SEU REDOR
Clarice Lispector
Olhe para todos a seu redor e veja o que temos feito de nós. Não temos amado, acima de todas as coisas. Não temos aceitado o que não entendemos, porque não queremos passar por tolos. Temos amontoado coisas, coisas e coisas, mas não temos um ao outro. Não temos nenhuma alegria que não esteja catalogada. Temos construído catedrais, e ficado do lado de fora, pois as catedrais que nós mesmos construímos, tememos que sejam armadilhas. Não nos temos entregado a nós mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e nós a tememos
Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós, que por amor diga: tens medo. Temos organizado associações e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda. Temos procurado nos salvar, mas sem usar a palavra salvação, para não nos envergonharmos de ser inocentes. Não temos usado a palavra Amor para não termos de reconhecer a sua contextura de ódio, de ciúme e de tantos outros contraditórios. Temos mantido em segredo a nossa morte para tornar a nossa vida possível.
Muitos de nós fazem arte por não saber como é a outra coisa. Temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença, sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada. Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior, e por isso nunca falamos o que realmente importa. Falar no que realmente importa é considerado uma gafe. Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses. Não temos sido puros e ingênuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer “pelo menos não fui tolo”, e assim não ficarmos perplexos antes de apagar a luz. Temos sorrido em público do que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos. Temos chamado de fraqueza a nossa candura. Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo. E a tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia... A vitória nossa, de cada dia...

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009



num quintal,o último do ano,

casa cheia,clima bom.

dançar,comer, rir, recordar.

coisas de se fazer no quintal.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Silêncio...

MINHA CABEÇA ESTÁ MERGULHADA NA ÁGUA DE UM BALDE AZUL.
Por isso sofro.
O que tem que ser dito alguma hora é dito.
Me sinto como um carro atolado na lama.
Não há como voltar a trás. Tinha que dizer.
A mentira deveria ser uma coisa boa.
agora sinto falta de palavras, nem sei bem o que dizer.
Silêncio de morte, quando o outro ouve e você sabe que nada há pra dizer.
Me sinto cansada. Quero parar agora.
continuar o que e pra que?
quero uma existência sem conflito.
Quero que chegue amanhã sem ter havido hoje.
S.M.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009


Quem me vê assim cantando

Não sabe nada de mim

dentro de mim mora um anjo

Que tem a boca pintada

Que tem as unhas pintadas

Que tem as asas pintadas

Que passa horas à fio

No espelho do toucador

Dentro de mim mora um anjo

Que me sufoca de amor

Dentro de mim mora um anjo

Montado sobre um cavalo

Que ele sangra de espora

Ele é meu lado de dentro

E eu sou seu lado de fora

Quem me vê assim cantando

Não sabe nada de mim

Dentro de mim mora um anjo

Que arrasta suas medalhas

E que batuca pandeiro

Que me prendeu em seus laços

Mas que é meu prisioneiro

Acho que é colombina

Acho que é Bailarina

Acho que é brasileiro

Quem me vê assim cantando

Não sabe nada de mim...

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

sobre comentários de Edson Freitas.

Edson , adorei as palavras... Umas das coisas que não disse ainda aqui é que um dos motivos para criar o blog é aplacar minha solidão. Que insiste em me atacar .
Adorei seu comentário. Bons tempos os do Bar do Ray, Gostava muito daquela Silvia que eu era, daquela Fortaleza, daquele Benfica.Saudade disso tudo.
Na verdade hoje quase nem tenho mais pavio. de tão curto que é.
Tenho falado com Ray esses dias, acredita???
Se você quizer deixe seu contato pra gente se comunicar.
Forte abraço.
.Silvia m.
Desabafar, quebrar coisas cristalizadas dentro de mim,abrir espaço para mudar algo.
Entulho interno- necessidade de abrir algum espaço .
Falta ar.
Levar a alma pra ver o mar.
Tranquilizar.Silenciar. Apaziguar. Aquietar.
êita!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
tantas vontades...
Talvez eu me encontre entre os restos e os cacos, as sobras, . Como as canetas, os papéis jogados no fundo da minha bolsa colorida.
Lá dentro um telefone pousado, como um passáro ferido.
Liga- que eu deixo tocar bem alto.
Quem sabe um passante, um qualquer dirá :
- Ei!!! Moça, Senhora, atenda - você , está tocando!!!!
e assim eu me encontrarei por alguns momentos no meio de tudo.
E serei livre, como minha bolsa colorida.

em 2006 quando por extrema necessidade passei a usar celular.
Silvia

domingo, 25 de janeiro de 2009

Procurar-se

Hábitos, criar necessidades. Possibilidades de dividir algo mais de você. Com quem?
Em quais pessoas você quer chegar?
Cascaviar escritos , por para fora letras, escancarar gavetas e cadernos antigos.
Abrir páginas da memória.
Exercício concreto de se olhar no espelho com os olhos de dentro.
Escolhas. decisões. Buscas . Encontros.
Achados e perdidos.
Procurar-se para perder-se.
Silvia m.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Como e porque????????????

Porque ter um blog???????????
Pensei esses dias durante um espetáculo , que seria bom ter um lugar pra escrever ,ou colocar textos que eu gostaria que saissem de pedaços de papel, ou do esquecimento puro e simples.
Talvez como exercício de organização.
Ou pra passar o tempo quando ele insiste em não sair do lugar.
Ou, sei lá pra que...
S.