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domingo, 6 de junho de 2010

algo sobre mim...

Pois então...
Eu como quase todos ultimamente-me vi em Clarisse.Mesmo apenas me entrevendo, porque não sou como ela - lacônica,não fumo,mas, minha cara se esfumaça de quando em vez e mordo de vez em sempre.
Besteira, mentiras , burrice, maldade, inveja ou mesquinharia, qualquer dessas me faz virar um bicho horrendo, não desses que se passa a mão,manso. Dos que mordem sem pestanejar, sem dar nenhun sinal.
Me sinto mesmo perigosa, arriscada.
Ás vezes acho que preciso de uma jaula para de vez enquando colocar minha alma gripada.Porque pressinto que é ela que me dá dentes tão afiados. Minha alma.
Ás vezes até penso em pedir desculpas pelo rosnado ou pela ameaça de uma mordida mais forte em alguém desavizado.
Desisto.
Passo por bicho mesmo, alterada,sem controle,desgovernada.
E quando percebo no meio de mim que meus sentimentos foram expostos, pularam para fora como peitos que não cabem no sutiã, quando vejo que esses sentimentos estavam me matando por dentro, como um ácido insuportável, e que fiquei pelo avesso, é tarde demais.
E vejo que nesse dentro -fora de mim, vou ficando cada vez mais eu. E que dessa, não tenho como fugir.Essa eu - perigosa,que morde e ameaça. Vejo também que fico muito frágil, quase nada...
E ainda assim,mais eu...
É difícil ver outra pessoa falando, escrevendo como se fosse quase a sua palavra, saída da sua boca.
A paavra cabendo dentro de você, sem ter sido dita.
A pergunta que se faz tantas vezes resposta. Uma repetição de dores tão suas, assim num outro corpo, pensamento, alma.
É como se...
Todos de vez enquando por segundos fossemos um só.
Diluidos em dor, em silêncios, em fumaça, em respostas...
Tudo previamente combinado. Assim- NISSO SOMOS UM.
Nesse momento, e pronto.
Um perigo, uma lâmina afiada, uma máquina de retratos de almas,uma radiografia do fundo escondido de cada um de nós, exposta como uma topada no meio do nada, bem no dedão grande do pé, dessas que dá vergonha de calçar sandália e fingir que está tudo bem.Todos percebem :você insuportável e manca de vergonha e dor.
Como quem nasceu agora e já sabe que o fim está próximo.
Em alguns momentos é mesmo muito delicado viver...
Sei que tu sabes do que falo.Algo parecido com tristeza me ronda sempre.
E ai ,acho que talvez seja hora de falar sobre isso, montar um novo espetáculo.
A dança-minha companheira de solidão, só ela sabe,só ela consegue me acompanhar até o fundo de cada poço por onde passei.
As horas chegam a pesar nos meus ombros , ela me criam calos nas costas.
Sinto falta de mim, uma eu que se perde no vazio de uma luta sem trégua contra a dureza do ir e vir da realidade.
De que material são feitos os artistas????
De realidade é que não pode ser...
Penso se faço mal com minha tristeza ambulante, com frases de caixinha de fósforos antigas e filosofia barata...
Me perdoe... É que quando vazo, é porque já está há muito transbordando, pelos cantos dos olhos...
E pra quase ninguém sinto vontade de dizer algo de verdade. Converso,sim... Mas, tenho uma sensação irreal que não está sendo escutado.
Poucas vezes senti que fui realmente escutada.
Nossa!!!! como é bom a sensação,ver no olho do outro que ele te escutou . Não tem há ver com compreensão, com identificação, nada disso , é um tipo de escuta , uma qualidade de escuta, que parece ter se perdido nesse tempo de hoje...

Étarde , e já desabafei, talvez agora possa caber de novo dentro de mim...

Silvia M.

4 comentários:

  1. Fiquei feliz ao te saber primeiro e-mail do dia. Iniciei maio e desisti. Preciso de tempo para te apreender oceano... Algumas imagens se dilatam, tomando uma dimensão enteógena que se conecta diretamente com o que sinto nesta manhã: As olheiras do desenho da cadeirinha e eu, a adoro essa imagem -que se não estou errado- também estive presente neste momento; a festa da peruca no pirata bar... Lembrei que antes de eu me tornar Alacran você me conheceu Almeida... E que nomeclaturas impedem os devires... Fico honrado em te reconhecer artista - neste mundo de tantos atores, bailarinos - gosto de te saber autêntica. Hoje me sinto inábil com o mundo e comigo, uma incompletude de fé, de verdade e vida... Essa busca por uma essencialidade de só ser... E ainda por cima não lido muito bem com escrita, prefiro proferí-las, torná-las minhas para me redimensionar... Ah, a cena... O palco e seu fosso... E tantas cicatrizes para ser pleno em identidade... Ensáio um choro, que o frio petrifica... "Meu coração tropical está coberto de neve, mas ferve em seu cofre gelado". Só me resta bendizer a lâmina breve que fere... E visualizar nesta semana a foto da cadeirinha e eu definido como plano de fundo do computaador. Grato sempre Ota

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  2. Muito legal seu blog ! Se puder me visite, http://sindromemm.blogspot.com

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  3. "É como se... Todos de vez enquando por segundos fossemos um só." Seria esse o caminho por onde resgataríamos nossa humanidade?

    Leonardo Teixeira

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  4. Talvez, essasdores que nosinterligam, e nos fazem humanos, poderiam ser esse resgate, essa buscapor uma existência mais digna...
    Silvia Moura

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