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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A Tribo

A tribo tem seu próprio carisma.
A tribo é um grupo de pessoas enlaçadas pelo amor. Dessa forma encontram formas de sobreviver, e dessa maneira a tribo exerce uma fascinação especial em uma sociedade carente de amor.
A sociedade tolera as comunidades experimentais na medida em que pensa que elas somente dedicam-se a achar soluções para os problemas que nos colocam as proposições utópicas impraticáveis. Se não encontram as soluções práticas e concretas, terminarão por si mesmas. Se encontram as soluções , a sociedade tenta apoderar-se delas para as neutralizar.
A palavra tribo é aqui utilizada para descrever um grupo de pessoas que se acham próximos aos grupos étnicos que não chegaram a perder nunca sua relação com a Terra, o Sol, a Lua, o Vento, a Água, o Fogo, com o Toque, com a Alegria, o Corpo, o Prazer de conviver, de trocar.
As coisas primárias...Essenciais...
Grupos cuja existência é o testamento de um certo tipo de natureza não artificial, que lida com a vida sem arrasá-la,buscando harmonia com a natureza das coisas e das pessoas.
A tribo é um modo de fazer coisas divertidas e inteligentes juntos.Cada membro pretende o benefício e o bem estar de todos os membros. Uma comunidade onde os indivíduos não estão alienados uns aos outros.
Movendo-se numa sociedade que morre de solidão e de seus terríveis efeitos: O amor artificial, a morte prematura, por rivalidade, ou inimizade, a morte por dinheiro ou a batalha por ele, a morte por envenenamento do gás das indústrias do lazer e do entretenimento massificador e de nossas instituições e moralismos caducos.
A tribo tem sobrevivido às forças opostas dos tempos graças à ajuda mútua.
...Não se pode ser uma comunidade completamente livre dentro de uma sociedade capitalista. É uma ilusão imaginar que se possa sê-lo.
Enquanto o capitalismo estiver em torno de nós, em nosso interior, não teremos possibilidades.Tudo o que podemos fazer é trabalhar criativamente dentro de algumas limitações, até que desmoronem os muros. A influência da estrutura pútrida é forte e nós somos fracos. Mas nessa batalha, vence o frágil, porque o forte está rígido e podre, mas os frágeis são flexíveis e estão vivos.

(do livro-THE LIFE OF THE THEATER de Julian Beck)

Esse texto caiu na minha mão em 1988 - sempre que o leio me sinto viva e muito , muito capaz de enfrentar a queda necessária dos muros que me cercam.

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