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domingo, 30 de maio de 2010

Caderno 3
ARTIGO
A necessidade do contemporâneo


Galinhas de Gala e Galinheiro de Gala: exposição gera debate (Foto: ADRIANA PIMENTEL)

A exposição “Galinhas de Gala e Galinheiro de Gala”, de Laura Lima, divide público e teóricos da arte

Surgida no final do anos de 1960, tendo como principais influências o Dadaísmo e a Arte Pop, a arte contemporânea não é compreendida e nem aceita por parte das pessoas. Talvez, por achá-la estranha àquilo que consideram como arte ou por preferirem a arte clássica. Exemplo disso é o que vem acontecendo com o trabalho ´Galinhas de Gala e Galinheiro de Gala´, da artista Laura Lima, exposto no Museu de Arte Contemporânea do Centro Cultural Dragão do Mar de Arte e Cultura.

Feia, bonita, absurda, paradoxal e transgressora, a arte contemporânea aparece para pôr em xeque a idéia de perenidade da obra, enfatizando a atitude ou a situação de onde brotam as expressões artísticas, em vez da forma ou da técnica. Assim, a arte contemporânea instiga o observador à dúvida, até mesmo, quanto à própria legitimidade de um trabalho ser considerado ou não uma obra de arte, mostrando que a arte não é só a pintura em tela, mas, sobretudo, a vida. Aqui, refiro-me não só a vida animal (desde que não envolva maus-tratos), mas a existência como um todo.

De acordo com a crítica de arte, Sheila Leiner, no livro ´Arte e seu tempo´ (1991), assim como a ciência, a arte segue um caminho evolucionário, que sempre parte de um estágio de desenvolvimento para outro. Como uma ´diáspora estética´, a arte contemporânea se mostra ´altamente desenvolvida, perigosa, otimista, vital, ao mesmo tempo óbvia e ambígua, que mostra o que ela quer ser sem revelar o que ela sabe. Mais do que uma arte de transição, esta é uma arte inicial que toca de perto a ancestralidade, o primitivo´, assim defende a crítica de arte

Confrontada com uma desconcertante profusão de linguagens, formas, práticas e materialidades, a arte contemporânea parece não ter limites. Em tudo se encontram possibilidades, interesses, aceitações e poesia. Nela, o que vale mesmo é a diversidade e a experimentação da expressão artística. Em outras palavras, a desconstrução da realidade passou a ser tão significativa quanto a própria construção.

O artista contemporâneo nos convoca para um jogo onde as regras não são lineares, mas construídas em redes de relações possíveis ou não de serem estabelecidas. Logo, nem tudo que parece é! O artista contemporâneo, conforme Fernando Cocchiarale, em ´Quem tem medo da arte contemporânea?´, busca uma interface com quase todas as outras artes e, mais, com a própria vida, contaminada por temas que não são tidos como ´próprios para a arte´. Se arte contemporânea dá medo ou incomoda tanto as pessoas é por ser ela abrangente demais, complexa e muito próxima da vida. A arte, em todos os tempos, sempre desconstruiu e recolocou o novo. O ideal de arte da antigüidade, passando pelo renascimento e a modernidade foi motivo embates, conflitos, consensos e discordâncias. Como é a arte contemporânea. Porém, de qualquer forma, sejam bem-vindos a contemporaneidade!

ANA CECÍLIA SOARES
Especial para o Caderno3
A autora é especialista em Teoria da Comunicação e da Imagem pela UFC e publicitária

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=595611



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