Deu em mim uma vontade de ir simbora..
De correr mundo, de num olhar pra trás.
De num pensar em nada do que já foi de vida.Nem minino, nem trabalho, nem muito menos amor.
Correr só, sem eira nem beira pelo oco do mundo até zunir os olvido.
Desimbestada ,sem nenhum combinado, sem peso nenhum.
Ir no rumo dos olhos, da venta.
Xispando como uma faísca, sem parar num canto , isso no começo. Depois , quem sabe ?
Como uma brisa leve, soprando ora aqui ora ali. Sem muito avexame de compromisso, de hora marcada pra fazer coisa nenhuma.
Sem relógio , sem apito, sem emprego, sem curriola, sem ajuntamento, sem sinal, sem escrito nem assinado, sem deixar rastro ou encanto.
Algo assim perto de não existir.
Ai como eu queria era ter coragem, de tamanho igual a vontade.
Pra ir assim sem arriscar volta , medo, dúvida ou desatino.
Pra num medir poeira, saúde, silêncio ou agonia.
Ir num simples passo, numa medida sem sim nem muito menos não. Ir e pronto. Coisa feita.
Silvia Moura